sexta-feira, 11 de maio de 2018

Discurso do Professor Emérito Dr. Elias Boutala Salomão

Descerramento da placa de inauguração do
bloco didático Ronaldo Ribeiro. Nossa diretora
da FAMED UFC, Valéria Goes e o Prof.
Emérito Dr. Elias Boutala Salomão.
Discurso do Professor Emérito Dr. Elias Boutala Salomão por ocasião da inauguração do prédio didático Prof. Ronaldo Ribeiro durante os festejos de 70 anos da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará.

Meus amigos, Os nossos corações estão em festa. Hoje é um dia de júbilo. São 70 anos que esta árvore foi plantada e regada por mãos abençoadas que fizeram suas raízes t]ão fortes e profundas que sua estrutura jamais será abalada.

Foi uma tarefa difícil. Naquele tempo os homens que idealizaram este empreendimento eram jovens, com media de idade entre 30 e 35 anos. Em todas as oportunidades se faz necessário citar os seus nomes. São eles os nossos heróis, pois fundar uma Faculdade de Medicina, num Estado pobre e, porque não dizer miserável à época, foi uma tarefa que necessitou de coragem e destemor.

É um dever de gratidão.

Aos professores Jurandyr Picanço, José Carlos Ribeiro, Waldemar de Alcântara, Walter Cantídio e Newton Gonçalves, nossa reverência.

Como já disse, esta árvore cresceu e nos fornece bons frutos. Os frutos desta árvore fomos nós no passado e, hoje, são vocês que terão a tarefa difícil de nos dias atuais que o nosso País atravessa garantirem o seu brilho com um crescimento cada vez maior.

Dois brotos foram dela retirados e plantados em outro local: Sobral e Barbalha. Lá encontraram solo fértil e bons frutos já estão sendo colhidos.

Para chegar onde estamos, enfrentamos crises fortes, que foram superadas pela força hercúlea que adquirimos para defende-la.

Tudo começou em um velho casarão localizado na Praça José de Alencar. Ali permanecemos de 1948 até julho de 1957, quando nos transferimos para Porangabuçu.

Os hoje ex alunos e ex professores, acompanharam de perto o colocar de tijolo a tijolo do crescimento desta casa.

Dentro das nossas limitações, médicos, professores e funcionários, temos certeza: cumprimos nossa missão.

Aos 82 anos e 56 de formado, aqui estou atendendo um chamamento da Dra. Valéria, nossa ex-aluna e hoje diretora, que nos incumbiu de, em nome dos aposentados, lhes trazer uma mensagem.

Já não tenho coronárias para tudo isto. O fulgor de outrora ainda existe. Meu coração ainda pulsa com vigor, meu cérebro ainda funciona com toda capacidade criativa.

Não transferi para o meu cérebro o meu coração, as rugas que se desenham em minha face.

Velhice é estado de espírito. Na verdade, estou gasto pelo tempo – mas ainda aceitamos desafios.

Represento neste momento os muitos que por aqui passaram e muitos devem estar presentes neste momento grandioso. Outros, de alguma maneira, mesmo á distância, devem lembrar a época de ouro de suas vidas – a vida acadêmica. Muitos já partiram para a casa do Pai e certamente com os anjos tocam trombetas comemorando nossas vitórias.

Nossas saudades e reverência a suas memórias.

Senhores estudantes,

Queremos para finalizar, lhes deixar uma mensagem: O caminho que vocês estão trilhando é árduo. Não existirão só rosas; mas também espinhos. Sempre procurem seguir seus caminhos pelas estradas retas. Se existirem atalhos para vocês atingirem alguns objetivos, não usem. Mesmo que a reta seja penosa e longa, sigam por ela, pois isto lhes dará forças, coragem e determinação, para que com autoridade façam com que a Medicina e os Médicos deste País tenham melhores dias.

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