quinta-feira, 29 de março de 2018

Relação das placas fixadas no pátio das mangueiras

Segue lista das placas fixadas na parte externa do Departamento de Patologia


1964 - Turma Dr. Paulo de Melo Machado
1976 - Turma Juscelino Kubitschek
1977.1 - Turma Antônio Martins Filho
1978.1 – Turma Ariston Cajaty Filho
1981.2 - Turma Rodolfo Teófilo
1982.2 - Sem nome
1983.1 - Turma Ana Hilda Randal Pompeu
1983.2 - Sem nome
1984.1 - Turma Teotônio Vilela
1985 - Sem nome
1987.2 - Turma Clara Maria de Araújo Bastos

Entrevista do Prof. Dr. Geraldo Gonçalves Médico e Professor da FAMED



Títulos e Cargos
- Membro Titular Fundador Emérito da Academia Cearense de Medicina.
- Ex-Diretor do Centro de Ciências da Saúde no período de 1976 a 1980
- Ex-Secretário de Saúde do Estado do Ceará no Governo do Cel. Cesar Cals de Oliveira –      1974/1975.
- Presidente da Academia Cearense de Medicina nos períodos 1984 à 1986 e de 1994 à 1996.

Dados Biográficos
- Geraldo Wilson da Silveira Gonçalves.
- Nascido em Acaraú às 23 horas do dia 8/07/1921.
- Filho de Joaquim Gonçalves Ferreira e Manoela Hosana da Silveira Gonçalves.
- Terminou o Curso Fundamental (antigo Ginasial) em 1936 no Colégio Cearense em uma turma de 18 (apelidados de “os 18 do Forte” em alusão aos oficiais resistentes a Revolução de 1922 que eram denominados “os 18 do Forte de Copacabana”),  entre os quais se incluía o Brigadeiro Eduardo Gomes e o Escritor Milton Dias.
- A primeira residência em Fortaleza foi na Rua Major Facundo, vizinho ao “oitão” do Palace Hotel, de frente para o Passeio Público.
- O primeiro emprego – Médico da Assistência Municipal, atual Instituto Dr. José Frota (IJF). Atendia chamados em ambulância, em ruas não pavimentadas no ano de 1953.
- O primeiro consultório foi na Rua Barão do Rio Branco, a partir de fevereiro de 1946 (existe esta placa no museu da Academia Cearense de Medicina) que depois foi transferido para a Rua Tristão Gonçalves 1353.
- Teve três filhos homens e uma mulher, a Profa. Dra. Maria Teresa Gonçalves Medeiros, médica graduada em julho de 1978.

Memórias 
- Fez o Curso Complementar de dois anos, de caráter seletivo, pré-médico (para profissionais de saúde) no Liceu do Ceará em 1937 – tratando-se de um curso noturno com duração de um ano.
- Foi para o Rio de Janeiro em 1938, matriculando-se em Curso complementar onde as aulas eram ministradas por professores de Medicina para os alunos que queriam Medicina. Estes cursos preparatórios tinham a duração de dois anos e funcionavam já nos prédios das respectivas Faculdades. Ao fim deste curso, prestou vestibular e obteve sucesso.
- Graduou-se em Medicina em 1945, com Missa de Formatura na Igreja da Candelária, no Rio de Janeiro, onde iniciou o exercício da Medicina a partir de março de 1945. Ainda hoje guarda um exemplar do primeiro receituário.
- Em 1996, exercendo o cargo de Presidente da Academia Brasileira de Reumatologia, conheceu a esposa, Dona Yeda Gonçalves.
- Voltando a carreira acadêmica, lembra-se que entre as 70 vagas do vestibular de Medicina, conseguiu o 12º lugar, e cursou a Faculdade na Praia Vermelha onde havia outros cearenses: Alcy Barbosa Gurgel e Adalberto Studart.
- No primeiro ano da Faculdade teve meningite e curou-se tomando CICUTA de forma homeopática; “a cicuta foi o veneno que matou Sócrates e curou Geraldus”.
- No segundo ano da faculdade de medicina, aos 18 anos, foi convocado para o CPOR, o qual frequentou durante seis meses por ano, as 2as. 4as. e 6as.  durante 3 anos. O CPOF ficava perto da Quinta da Boa vista.
- Fez estágio como Aspirante a Oficial em São Gonçalo – Rio, durante 3 meses, quando já cursava o 5º ano do Curso Médico, havendo algum “prejuízo” das aulas hospitalares.
- A última prova do curso Médico foi em Obstetrícia.
- Noivou no mesmo ano de sua formatura em Medicina, no ano de 1945.
- Foi interno da 9ª enfermaria da Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro e ainda chegou a abrir consultório na Tijuca – Rio, e frequentava outro emprego na Imprensa Nacional, no outro expediente.
- Conviveu com o Prof. Dr. Haroldo Juaçaba na enfermaria de cirurgia do Hospital Estácio de Sá da Polícia Militar, de quem também foi contemporâneo no Colégio Cearense. Acrescentou que o Dr. Haroldo formou-se com a idade mínima de 21 anos em 1940, retornando a Fortaleza, onde foi diretor do Hospital Maternidade São Raimundo e fundador da Faculdade de Medicina do Ceará em 12 de maio de 1948.
- O Prof. Geraldo só retornou a Fortaleza dois anos depois. Dedicou-se a Cardiologia, inicialmente e após, 1953, à Reumatologia.
- Em 1964 exercia as funções: Médico do IPASE (Instituto de Previdência e Assistência ao Servidor), Médico da Assistência Municipal e Professor da Faculdade de Medicina.
- Em 1974 assumiu a Secretaria de Saúde do Estado no Governo Cesar Cals, durante o período da Revolução (1974/1975).
- O Hospital das Clínicas em Porangabussu, hoje, Professor Walter Cantídio – em 1955 o Professor Jurandir Picanço participou da construção do Hospital de Isolamento do Estado – na antiga “Barreira”, tornando-se seu diretor. Este espaço foi doado à Universidade Federal do Ceará, pelo Desembargador Faustino de Albuquerque, Governador do Estado à época e que depois transformou-se no Hospital das Clínicas de hoje. A contrapartida do Estado seria a absorção do pavilhão de isolamento, que transformou-se na Cátedra de Moléstias Infecciosas tendo como titular o Prof. Dr. Waldemar de Alcântara. Esta disciplina, mais tarde mudou-se para o Hospital de Doenças Infecciosas São José.
- O nome do Hospital das Clínicas passou a ser Walter Cantídio por sugestão do Prof. Danísio Correia, ex-Diretor do Centro de Ciências da Saúde, e a proposta foi levada ao Conselho Universitário pelo Prof. Geraldo Gonçalves, já o Diretor do Centro de Ciências da Saúde, empossado que foi em 1976.
- A esta época ainda era vivo o Prof. Jurandir Picanço que faleceu apenas em 1977. O Prof. Jurandir fundou e ocupou a cadeira 19, até esta data, quando assumiu o Prof. Geraldo. Este criou a Medalha Jurandir Picanço que é outorgada a quantos contribuíram ou contribuem para a história da Faculdade de Medicina.

Entrevista com Dr. Hélio Bessa



Dr. Hélio Bessa foi o primeiro aluno a se graduar pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará, em 1953. Eram três pessoas sendo duas mulheres, a única mulher que se encontra viva é Hilda Doroti. O processo de seleção do vestibular aconteceu em 1948, um pouco retardado porque o funcionamento da faculdade demorou. O vestibular foi em abril e as aulas começaram em maio.
Eram 85 candidatos e foram aprovados 10, desses 10 foi resumido para 3. Graduaram-se em 26 de dezembro de 1953 ,  Dr Hélio Bessa, e mais duas doutoras, Drª Ana Nogueira Gondim e Drª Hilda Guimarães Chaves. 
A faculdade funcionava na Praça José de Alencar, e onde depois funcionou a Odontologia; teve que ser feita uma reforma inicial para funcionar a faculdade de Medicina.
O prédio foi doação do Governo Faustino de Albuquerque. Os docentes não tinham experiências como hoje, mas tinham uma compensação que ajudou, era a convivência mais aproximada, uma formação quase tutelar. Eram poucos estudantes e o contato dos professores era constante, diários e já servia para orientar muita gente.
A aula prática de anatomia que foi a primeira descritiva do ano, aconteceu na faculdade, passado as cadeiras básicas, a parte de clínica foi na Santa Casa, a cirúrgica no Hospital Dr. César Cals e São Lucas. Dr. José Carlos Ribeiro era o diretor e tinha interesse de dar suporte cirúrgico à Faculdade de Medicina no Hospital Dr. Cesar Cals, principalmente por ser a base da parte cirúrgica. Existia mais professores que alunos, a primeira turma iniciou com 10, a segunda com 16, todas pequenas.
Depois da graduação o Prof. Hélio Bessa fez estágio de um ano no Hospital das Clínicas de São Paulo, foi agraciado com uma bolsa pelo Dr. Pedro Filomeno, que financiou a permanência do instrutor doutorando em São Paulo. Trabalhou com prof. Luiz que era cardiologista. Dr. Hélio Bessa nunca se arrependeu da decisão tomada de dedicar-se à especialidade de Cardiologia. Também foi professor, hoje aposentado da docência.
Tem três filhos, uma é médica cardiologista, a Drª Marília que trabalha com ecocardiografia. Na vida acadêmica não teve qualquer intercorrência, foi tudo normal. O que mais  marcou foi o momento da aprovação do vestibular, eram 60 vagas e só foram aprovados 10, tinha vaga sobrando.
Dr. Hélio Bessa
Dr. Hélio Bessa





Comissão do Memorial da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará