Descerramento da placa de inauguração do bloco didático Ronaldo Ribeiro. Nossa diretora da FAMED UFC, Valéria Goes e o Prof. Emérito Dr. Elias Boutala Salomão. |
Meus amigos, Os nossos corações estão em festa. Hoje é um dia de júbilo. São 70 anos que esta árvore foi plantada e regada por mãos abençoadas que fizeram suas raízes t]ão fortes e profundas que sua estrutura jamais será abalada.
Foi uma tarefa difícil. Naquele tempo os homens que idealizaram este empreendimento eram jovens, com media de idade entre 30 e 35 anos. Em todas as oportunidades se faz necessário citar os seus nomes. São eles os nossos heróis, pois fundar uma Faculdade de Medicina, num Estado pobre e, porque não dizer miserável à época, foi uma tarefa que necessitou de coragem e destemor.
É um dever de gratidão.
Aos professores Jurandyr Picanço, José Carlos Ribeiro, Waldemar de Alcântara, Walter Cantídio e Newton Gonçalves, nossa reverência.
Como já disse, esta árvore cresceu e nos fornece bons frutos. Os frutos desta árvore fomos nós no passado e, hoje, são vocês que terão a tarefa difícil de nos dias atuais que o nosso País atravessa garantirem o seu brilho com um crescimento cada vez maior.
Dois brotos foram dela retirados e plantados em outro local: Sobral e Barbalha. Lá encontraram solo fértil e bons frutos já estão sendo colhidos.
Para chegar onde estamos, enfrentamos crises fortes, que foram superadas pela força hercúlea que adquirimos para defende-la.
Tudo começou em um velho casarão localizado na Praça José de Alencar. Ali permanecemos de 1948 até julho de 1957, quando nos transferimos para Porangabuçu.
Os hoje ex alunos e ex professores, acompanharam de perto o colocar de tijolo a tijolo do crescimento desta casa.
Dentro das nossas limitações, médicos, professores e funcionários, temos certeza: cumprimos nossa missão.
Aos 82 anos e 56 de formado, aqui estou atendendo um chamamento da Dra. Valéria, nossa ex-aluna e hoje diretora, que nos incumbiu de, em nome dos aposentados, lhes trazer uma mensagem.
Já não tenho coronárias para tudo isto. O fulgor de outrora ainda existe. Meu coração ainda pulsa com vigor, meu cérebro ainda funciona com toda capacidade criativa.
Não transferi para o meu cérebro o meu coração, as rugas que se desenham em minha face.
Velhice é estado de espírito. Na verdade, estou gasto pelo tempo – mas ainda aceitamos desafios.
Represento neste momento os muitos que por aqui passaram e muitos devem estar presentes neste momento grandioso. Outros, de alguma maneira, mesmo á distância, devem lembrar a época de ouro de suas vidas – a vida acadêmica. Muitos já partiram para a casa do Pai e certamente com os anjos tocam trombetas comemorando nossas vitórias.
Nossas saudades e reverência a suas memórias.
Senhores estudantes,
Queremos para finalizar, lhes deixar uma mensagem: O caminho que vocês estão trilhando é árduo. Não existirão só rosas; mas também espinhos. Sempre procurem seguir seus caminhos pelas estradas retas. Se existirem atalhos para vocês atingirem alguns objetivos, não usem. Mesmo que a reta seja penosa e longa, sigam por ela, pois isto lhes dará forças, coragem e determinação, para que com autoridade façam com que a Medicina e os Médicos deste País tenham melhores dias.
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